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COVID-19: Mercadorias essenciais passam, mas nada mais na fronteira entre Moçambique e África do Sul

Caminhões de carga comercial e medicamentos passam sem problemas para Moçambique ou para África do Sul. Os governos dos dois países reconhecem que sem movimento de produtos básicos de um lado para o outro, os seus respectivos povos vão sucumbir de fome ou de outras doenças diferentes da COVID-19. Os mercados e unidades sanitárias precisam de produtos de Moçambique ou da África do Sul.

Chris Lotus, transportador de bananas de Moçambique para o mercado sul-africano, diz não haver problemas na fronteira: “Ninguém passa sem fazer triagem e depois recebe-se uma senha para ao longo da viagem mostrar aos agentes da polícia que o seu carro foi vistoriado pelo pessoal de saúde”.

O fluxo de caminhões de carga comercial flui normalmente e caminhoneiros interpelados confirmaram que não havia problema de produtos básicos, desconhecendo motivos de aumento de preços de alguns produtos básicos em Moçambique.

Agostinho Muchanga, transportador de cebola e batata relata que dois jovens “testaram o ambiente, passaram para o lado sul-africano alegadamente para retirar dinheiro em Caixas Eletrônicos, mas foram interpelados e mandados regressar”.

Pelo posto de fronteira de Ressano Garcia (entre Moçambique e África do Sul) passa a maior parte da mercadoria transportada por via rodoviária para Moçambique. No primeiro semestre do ano passado, as operações com mercadorias manuseadas naquele Posto de Travessia registaram valor aduaneiro de perto de quatro bilhões de meticais, contribuindo para os cofres do Estado moçambicano com receita de um bilhão de meticais.

O posto de travessia de Ressano Garcia manuseia em média 700 mil viaturas por ano, movimentando dois milhões e 600 mil pessoas. Mas o vírus transformou tudo em fantasma. Pedro Pene, Chefe da Migração em Ressano Garcia, diz que o portão de acesso ao posto de fronteira de Ressano está fechado e guarnecido por homens armados. Ninguém passa sem justificação documentada. Lá dentro, o cenário é de autêntico deserto num posto por onde passam por dia uma média de pelo menos cinco mil pessoas, em condições normais. A Migração reduziu o seu efetivo de pessoal para metade, porque não há trabalho.

Do lado sul-africano, o cenário é mais assustador. O portão de acesso ao posto de fronteira de Lebombo está selado com arame farpado e não há guarda. A África do Sul está, neste momento, na fase quatro de confinamento obrigatório e não quer brincadeiras. O confinamento obrigatório em vigor é compelido por agentes da polícia reforçados por militares na estrada.

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