A igreja primitiva era uma igreja genuinamente missionária. Nela havia aqueles que trabalhavam em tempo integral, como Paulo e Barnabé, e havia os missionários voluntários, aqueles que aproveitavam todas as oportunidades para anunciar a cristo, a exemplo de Epáfras em Colossos (Cl. 1.7) e assim todos participavam da expansão do Reino de Cristo.
Quando Paulo chegou a Roma, por exemplo, foi recebido por crentes que não se sabe como surgiram na cidade; provavelmente foi organizada por Pedro ou por algum dos presentes em Pentecostes; a igreja de Antioquia também foi fundada por uns crentes anônimos, sobre os quais nada se sabe, a não ser que sendo dispersos em virtude da perseguição após a morte de Estevão, espalharam a pregação pelo mundo (At. 8.4). Havia também alguns cristãos que eram escravos e ao serem deslocados, acompanhando os seus senhores, anunciavam a Cristo e havia ainda os que eram mercadores e viajavam em razão de seus negócios e ao se deslocarem se tornavam testemunhas de Cristo, dando origem a comunidades cristãs.
Foi assim que, no segundo século, já havia três importantes centros de vida cristã no mediterrâneo: Antioquia, Roma e Alexandria (a Igreja de Alexandria é outro exemplo de origem incerta, apesar de alguns estudiosos afirmarem ter sido fundada pelo Evangelista Marcos, até agora não existe qualquer prova histórica neste sentido). O que nos leva a afirmar que, Missões, foi, é e será a maior glória de toda igreja primitiva, pois, como corpo de Cristo, habitada e fortalecida pelo Espírito Santo, deu continuidade ao que Cristo começou, com o objetivo de, ao longo dos tempos, alcançar todos os recantos da Terra.
Ao observarmos tais ações da igreja primitiva não podemos deixar de pensar na motivação que os levou a se dispor a tudo, inclusive ao martírio e morte para levar o Evangelho ao mundo conhecido de então. Certamente o desejo de obedecer à ordem do Mestre, seu comprometimento com ela e o desejo de encontrar-se logo com o Senhor eram motivos mais que suficientes para as realizações da igreja primitiva.
Observando a história e todo o sofrimento enfrentado pela igreja, paramos e refletimos sobre a atualidade, o que leva cada cristão a dar continuidade a transmissão do Evangelho, mesmo em meio a tantos que não só não estão dispostos a realizar a obra missionária como faz todo o possível para atrapalhar os que querem executá-la? O que leva homens e mulheres de Deus a deixarem tudo, casas, famílias, amigos, bens, (…) para irem pelo mundo anunciando o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo?
Se observarmos o que a Bíblia nos ensina e nos deixarmos ser guiados pelo Espírito Santo, então não poderemos deixar de constatar que a motivação que nos leva a fazer missões é entre outras coisas:
1. Um sentimento de gratidão a Deus – pelo privilégio em trabalhar na obra do Senhor;
2. Um senso de responsabilidade – porque todos nós vamos prestar contas a Deus (1 Co. 9.16-17);
3. Um sentimento de preocupação pelo outro (João 9.4) – aquele que invocar o Senhor será salvo (Rm. 10 e Cl. 1.25,26) ou
4. Ou nas palavras do apóstolo Paulo em I Coríntios 9.16: “(…) me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!”.
5. Ou ainda em observância a ordem de Jesus em Marcos 16.15: “E lhes ordenou: Enquanto estiverdes indo pelo mundo inteiro proclamai o Evangelho a toda criatura” e Mateus 28. 19-20: “Ide e fazei com que todos os povos da terra se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a obedecer a tudo quanto vos tenho ordenado”. (King James Atualizada)
Seja qual for à motivação que têm levado as pessoas a pregar a Palavra de Deus, ainda que seja, como Paulo nos adverte em Filipenses 1.15-18, por inveja e rivalidade, ambição egoísta, sem sinceridade, desejo de causar sofrimento aos verdadeiros missionários ou por boa vontade e amor, o importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo seja pregado, e por isso a igreja e os céus se alegram e continuará a alegrar-se por cada pecador que se arrependa.
Eu e Você, estamos convidados e somos convocados a fazer parte do exército que leva a Preciosa Semente e que voltará, indubitavelmente, com alegria trazendo os seus molhos. Eu já disse, digo e continuarei a dizer, “eis-me aqui, conta comigo, Senhor para livrar da morte e salvar alguns para que cada vez mais pessoas sejam transportadas das trevas para o reino do Amor de Deus, que está em Jesus Cristo, o nosso Senhor!