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Antioquia, o exemplo de igreja missionária

A ordem de Jesus em Atos 1.8 é muito clara, mas os discípulos se mantem em Jerusalém, Deus permite que por inveja dos líderes das sinagogas, devido ao crescimento da igreja, Estevão seja apedrejado e em seguida, a igreja sofra a perseguição para que pudesse avançar (At.4.1-31). Exceto os apóstolos que continuaram em Jerusalém, todos os demais tiveram que sair e, por onde quer que fossem, pregavam o Evangelho (At. 8.1-4).

Encerrando o primeiro ciclo missionário da igreja (At. 1.8), alguns cristãos anônimos, dispersos de Jerusalém após a morte de Estevão, chegam a Antioquia (da Síria), cidade fundada por Seleuco Nicátor em memória de seu pai Antíoco por volta do ano 300 a.C. e capital da província da Síria, terceira cidade do império romano, só perdendo em importância para Roma e Alexandria, célebre por sua riqueza, cultura e imoralidade, distava de Jerusalém cerca de 500 quilômetros e estava localizada numa posição estratégica favorável para as missões (divisa entre o mundo grego e o semita – os dois mundos culturais da época).

Estes cristãos piedosos anunciaram a Cristo em Antioquia, fundando assim a primeira igreja gentílica que veio a ser, depois de Jerusalém, a cidade mais importante para o Cristianismo do primeiro século (At. 11.19-26).

A igreja em Antioquia foi instruída por Barnabé e Saulo – agora chamado Paulo – e tornou-se a maior igreja missionária da época, servindo como base missionária do apóstolo Paulo (At. 11.25,26).

O ensino da Palavra de Deus foi tão expressivo que em apenas um ano os novos convertidos estavam tão completamente mudados ao ponto de chamarem a atenção dos moradores locais, os quais os denominaram de Cristãos (Christianoi em grego ou Christianus em latim que aparece apenas três vezes no Novo Testamento –At. 11.26; 26.28 e 1 Pe. 4.16 e cuja desinência ão – de Cristo+ão = Cristão – significa “seguidor ou adepto de” Cristo).

Após um ano de serviço cristão em Antioquia, Paulo e Barnabé foram indicados, nominalmente, pelo Espírito Santo, para a obra missionária, sendo estes os primeiros missionários enviados ao Exterior onde fundaram diversas igrejas. Este fato fez com que a igreja em Antioquia da Síria fosse conhecida como a primeira agência missionária, ou o primeiro centro de missões de todos os tempos.

Seu exemplo como base missionária favoreceu o avanço da Igreja Primitiva para alcançar os outros povos e foi também a primeira igreja enviadora (At. 13. 1-3 – impondo sobre eles as mãos, os despediram, “é símbolo de autoridade em enviar”). Antioquia é o exemplo a ser seguido pelas igrejas da atualidade que precisa reconhecer sua responsabilidade na vida dos seus missionários em orar, contribuir, amar, socorrer e compreender.

Os cristãos de Antioquia possuíam um caráter solidário extraordinário como foi demonstrado no envio de esmolas para a igreja de Jerusalém, quando a fome assolou esta cidade (At 11.27-30), além de ser cheia do conhecimento e livre de preconceitos, isto é, ministrava igualmente a judeus e gentios e quando alguns judeus cristãos vindos da Judéia foram visitá-la, proclamando que os gentios deveriam ser circuncidados como pré-requisito para se tornarem cristãos, foi ela que, resistindo a essa imposição, enviou a Jerusalém uma delegação encabeçada por Paulo e Barnabé para resolver este impasse – o chamado Concílio de Jerusalém (c. 50 A.D.), primeiro da história da Igreja Cristã, que aconteceu por causa das reivindicações dessa igreja; contudo, o zelo missionário e evangelístico, notabilizado pelas viagens missionárias de Paulo foi, com certeza, a característica principal dela.

A Igreja em Antioquia é caracterizada também por dar ouvidos à voz do Espírito Santo, e como consequência da ação do Espírito Santo no meio dela, veio a se tornar uma referência nos dons espirituais e ministeriais. Ela mantinha um grupo de homens de Deus como profetas e mestres na Palavra (At. 13:1) dispostos a obedecer às ordens recebidas da parte de Deus; por isso era apropriado que a cidade onde foi fundada a primeira igreja cristã gentílica, e onde os cristãos receberam seu nome característico, fosse o berço e o princípio de sustentação das missões cristãs ao estrangeiro (At. 13.1). Foi a partir desta igreja que a conquista do mundo passou a ser vista como estratégia de Evangelização de todo o mundo romano e no ano 70 d.C., com a destruição de Jerusalém, passou a ser o segundo lar da igreja cristã.

Quisera eu que mais e mais cristãos semelhantes àqueles que deram origem a igreja de Antioquia existissem na nossa época. Infelizmente a atualidade nos revela uma realidade bem diferente, na qual, cada vez mais pessoas que se disponibilizam para a obra missionária têm o desejo de fama, sucesso, destaque. São poucos os que, como anônimos, querem realizar tão gloriosa obra salvadora.

E você, O que te motiva pregar o Evangelho, orar e contribuir com Missões?

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