O país registou na última semana epidemiológica, que vai de 10 a 15 de Maio, 42 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, o número mais alto que o país alcançou desde a eclosão da pandemia. Na semana anterior, o país havia registado apenas 8 novos casos.
Segundo explicou ontem (17/05) o diretor-geral do Instituto Nacional de Saúde, Ilesh Jani, durante a análise da última semana epidemiológica, os 42 casos foram notificados em 1976 testes resultantes da vigilância ativa, bem como do seguimento dos contatos de casos positivos.
Segundo a fonte, este trabalho mostrou a existência de novas cadeias de transmissão da doença, em número de 36, contra onze registadas na semana anterior e estavam todas relacionadas com o caso Afungi.
“Nesta semana temos um aumento significativo do número de cadeias de transmissão e novos locais”, disse, indicando que estas cadeias estão ainda em investigação, “o que significa que podem estar relacionadas com as cadeias de transmissão antigas, como é o caso de Afungi”.
Devido a esta situação, a Organização Mundial da Saúde retirou Moçambique da categoria de epidemia de casos esporádicos para focos de transmissão, que é uma fase intermédia de transmissão comunitária.
“A janela de oportunidade para evitar a transmissão comunitária ainda existe e ela não será permanente. É preciso intensificar as medidas de prevenção para evitar o pior e esta ação depende do envolvimento de todos”, reiterou o responsável.
Durante muito tempo, os focos de infecção pelo novo coronavírus no país estavam concentrados em três províncias, nomeadamente a cidade e província de Maputo e Cabo Delgado. Na semana epidemiológica em análise foram notificados casos nas províncias de Inhambane, Sofala e, hoje (17.05), foram incluídas na lista Manica e Tete.
Um cenário que o país apresentou na última semana, em termos de perfil dos doentes, é a apresentação de menores de idade infectados (dois com menos de 5 anos e 1 com menos de 9) e aumento do número de mulheres. Além disso, a maior parte dos doentes apresenta sintomatologia leve ou inexistente.
Em termos de taxa de positividade do país, Jani indicou que está nos 2,3 por cento. Ao todo, o país já efetuou 6011 testes, com 137 casos positivos.
Na região da SADC, a análise epidemiológica indica que a África do Sul, República Democrática do Congo e Zâmbia continua a ter curvas ascendente em termos de número de pessoas infectadas. Por exemplo, na semana anterior, a Zâmbia tinha apenas 150 infectados e subiu para mais de 600 casos na semana passada. Até ao momento, Moçambique e Namíbia são os únicos países da região sem óbitos.