Você sabia,
Que a África é o berço da Medicina?
O Egito faraônico nos deixou valiosa herança nos campos da física, química, zoologia, geologia, medicina, farmacologia, geometria e matemática aplicada. Um dos melhores exemplos da engenhosidade dos antigos egípcios é a mumificação (embalsamento), que ilustra o conhecimento profundo que tinham de inúmeras ciências, como a física, a química, a medicina e a cirurgia. Esse conhecimento era resultado do acúmulo de uma longa experiência. Foram sem dúvida os conhecimentos adquiridos com a prática da mumificação que permitiram aos egípcios o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas desde os primeiros tempos de sua história. A cirurgia egípcia é bastante conhecida graças ao Papiro Smith, cópia de um original escrito durante o Antigo Império, entre 2600 A.C. e 2400 A.C., um verdadeiro tratado sobre cirurgia dos ossos e patologia externa.
Ainda hoje são aplicados vários tratamentos indicados nele. Por sua abordagem metódica, o Papiro Smith serve como testemunho da habilidade dos cirurgiões do antigo Egito, habilidade que, supõe-se, foi transmitida pouco a pouco à África, à Ásia e à Antiguidade Clássica pelos médicos que acompanhavam as expedições egípcias aos países estrangeiros. Além disso, sabe-se que soberanos estrangeiros, como o príncipe asiático de Baktan, Báctria ou o próprio Cambisses, mandavam chamar médicos egípcios, e que Hipócrates tinha acesso à biblioteca do templo de Imhotep em Mênfis. Posteriormente, outros médicos gregos seguiram-lhe o exemplo.
Pode-se considerar o conhecimento da medicina como uma das mais importantes contribuições científicas do antigo Egito à história da humanidade. Documentos mostram detalhadamente os títulos dos médicos egípcios e seus diferentes campos de especialização. Imhotep, o vizir, arquiteto e médico do rei Zoser, da III dinastia, é uma das mais significativas personalidades da história da medicina. Sua fama manteve-se durante toda a história do antigo Egito, chegando até a época grega. Divinizado pelos egípcios com o nome de Imouthes, foi assimilado pelos gregos a Asclépio, o deus da medicina. A influência egípcia sobre o mundo grego, tanto na medicina como na farmacologia, é facilmente reconhecível nos remédios e nas prescrições.
Fonte: Síntese da Coleção História Geral da África, Vol. 1