O registo do primeiro caso de infecção de um profissional de enfermagem e o surgimento do primeiro caso suspeito de transmissão comunitária em Angola fazem soar o alarme para a necessidade de uma maior proteção dos profissionais e do reforço dos mecanismos de prevenção e combate à Covid-19 no país.
O Sindicato e a Ordem dos Enfermeiros de Luanda pedem maior proteção dos profissionais e “a criação de centros-piloto” de testagem comunitária para se avaliar a dimensão da contágio pela doença.
Na segunda-feira, foi registado o primeiro contágio de uma enfermeira em serviço numa das unidades sanitárias privadas de Luanda, bem como o um caso suspeito de transmissão comunitária da Covid-19, que envolve um ancião de 82 anos de idade que, entretanto, faleceu.
O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, disse, em conferência de imprensa, que o cidadão em causa tinha estado em Portugal no mês de fevereiro, período em que aquele país não tinha qualquer registo de infecção por novo coronavírus.
Este facto, segundo Mufinda, aumenta as suspeitas de que seja um caso com origem na comunidade e anunciou que já decorre uma investigação.
O secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros de Luanda, António Afonso Kileba, disse que com estes dois casos “começa o momento crucial para os profissionais das saúde”
Em relação ao caso suspeito de contágio comunitário, o sindicalista volta a sugerir um plano piloto de testes em massa para se cortar a cadeia de transmissão da doença.
Por seu lado, o líder da Ordem dos Enfermeiros de Luanda, Adão Chimuanji, defende que as medidas de biossegurança devem ser reforçadas e os profissionais devem ser formados em como manusear os doentes neste caso específico.
Chimuanji sugere igualmente um estudo mais completo sobre o caso de contaminação local para evitar que a situação fuja do controle das autoridades.
O país conta atualmente com 50 casos positivos confirmados, dos quais três óbitos, 17 recuperados e 30 ativos em situação clínica considerada estável.