A história mostra que em pouco tempo o Império Romano descobriu que o cristianismo não era uma forma messiânica de judaísmo e sim uma religião radicalmente diferente, por isso a considerou como uma religião potencialmente perigosa e isso serviu como motivo para grandes perseguições aos seguidores de Cristo. Porém não se pode deixar de observar o extraordinário crescimento da “nova fé”, a ponto de ser considerada quase impossível qualquer comparação com qualquer outra época na história da igreja. “Cerca de meio milhão em cada geração desde o fim do século I até a proclamação da tolerância por Constantino” (Tucker, p. 25).
O Império impunha uma disciplina e unidade intensa que produzia certa paz em quase todo o território, apesar de sempre haver ameaça nas fronteiras, revoltas nas províncias e luta pela queda deste ou daquele imperador; a construção de estradas, bem delineadas e pavimentadas facilitava as viagens e proporcionava rapidez e segurança; além disso, havia uma única língua predominante – o grego – e quem o conhecesse poderia se comunicar com facilidade dentro do Império e até ao coração da Ásia e na Índia; a presença judaica por todo o Império favorecia o ensino do monoteísmo e produzia muitos prosélitos e “Tementes a Deus”, que depois se converteram ao cristianismo e, a existência de Sinagogas nas principais cidades imperiais utilizadas para o debate público favoreceu os primeiros cristãos na pregação do Evangelho.
Inicialmente a igreja falava o aramaico, idioma corrente na Palestina, mas com o passar do tempo verificou-se ser necessário empregar várias línguas para expressão da fé e como o Império Romano já havia aceitado o grego como a língua para todos os fins, a Igreja também adotou este idioma para facilitar a comunicação do Evangelho entre os povos. Nessa época, o crescimento da igreja não incomodava o Estado Romano, eram os judeus quem se sentia incomodados, especialmente a liderança do Sinédrio. A primeira vez que os romanos perseguiram a igreja, tornando as perseguições como o ato externo ao domínio judaico, foi quando o rei Herodes, estendeu as mãos sobre a igreja para maltratar alguns e manda matar Tiago, irmão de João e prender Pedro (At. 12.1), mas mesmo diante de tais acontecimentos a igreja não parou, muito pelo contrário; a partir do capítulo 13 de Atos a palavra de Deus nos informa sobre o grandioso trabalho da igreja primitiva na divulgação e expansão do evangelho. Além de Herodes, outros imperadores – os Césares Romanos – fizeram de tudo para acabar com a “seita” judaica que não admitia honrar o imperador como Deus, pois declaravam: “Só Jesus é O Senhor”.
A capital romana começou a ser conquistada pelo Cristianismo provavelmente através dos romanos que estavam em Jerusalém na ocasião do Pentecostes e daí em diante todo o Império foi, pouco a pouco sendo evangelizado através das ações dos apóstolos e demais seguidores de Jesus e continuou, até ser quase que completamente cristianizado cerca de 5 séculos depois. Como era vasto e a evangelização foi ocorrendo pouco a pouco, vale observarmos que durante todo o período do Império o Evangelho foi sendo pregado com maior ou menor ênfase.