Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) foram enviados, no dia 29/03 do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Moçambique, levando medicamentos e insumos estratégicos.
Segundo o Ministério da Saúde, foram enviados seis kits, totalizando 870 quilos de carga, quantitativo suficiente para atender até 3 mil pessoas por um período de três meses. Cada kit é composto por antibióticos, anti-hipertensivos e antitérmicos, como penicilina, amoxicilina, paracetamol e soro para hidratação, além de materiais de primeiros socorros, como ataduras, gazes, luvas, máscaras, seringas e esparadrapos.
O país africano sofre com as consequências da passagem do ciclone Idai, que causou a morte de várias pessoas no início do mês de março e na última quarta-feira (27), as autoridades moçambicanas divulgaram que o país vive um surto de cólera na região mais atingida pelo ciclone e o receio é que a doença, transmitida pela ingestão de água e alimentos contaminados ou de pessoa para pessoa, se espalhe. Além disso as autoridades trabalham também com a possibilidade de que outras doenças, como tifo e malária, se alastrarem após a passagem do ciclone, que registrou ventos de até 200 quilômetros por hora, provocando a devastação de vilarejos inteiros.
Os aviões levaram, além dos kits, uma equipe de 40 especialistas em salvamento para ajudar as vítimas e procurar os desaparecidos. A equipe foi recebida, no Aeroporto Internacional da Beira, por governantes e outros moçambicanos que estavam agradecidos pelo apoio recebido e também por um grupo de missionários brasileiros que atuam na cidade da Beira e região.
Os missionário da Missão África PIEIA tiveram uma forte participação na recepção dos conterrâneos enviados e em entrevista a alguns destes socorristas o pastor Itamar, Presidente da PIEIA, agradeceu ao governo brasileiro, às famílias dos brigadistas e aos próprios homens que, deixando suas casas, famílias e país se disponibilizaram a ir para Moçambique num momento de tanta dificuldade. o Pastor contou ainda sobre as perdas sofridas pela Missão que foram: 2 pastores e mais 42 irmãos que perderam as vidas, a destruição da base missionária, a perda do teto da residência missionária e da escola profissionalizante e de formação de liderança da igreja, os dois carros – que tiveram perda total, as várias igrejas das aldeias que foram levadas pelos ventos, a destruição total do galpão do projeto de Amparo Infantil, onde as crianças recebiam o apoio necessário, etc. Disse ainda que, em meio a tantas perdas, o que ficou foi a fé, a esperança, o recomeço e a necessidade presente tanto na cidade como nas aldeias e que, tentando amenizar um pouco do sofrimento, estava levando um pouco de alimento e água enviados pelos irmãos e igrejas do Brasil para os irmãos do interior.
A Missão também recebeu a ilustre visita do vice-cônsul brasileiro que atua em Moçambique, Senhor Ricardo que, em viagem à Beira para acompanhar de perto a situação dos brasileiros, disse que ficou muito impressionado com o trabalho realizado pela Missão África PIEIA e também com o nível de destruição sofrida. Informou que ele, a embaixada, o governo brasileiro e todo o Brasil, não estão indiferentes ao sofrimento do povo em geral e dos brasileiros de forma específica, ainda que não tenha muito o que fazer para ajudar e que espera que a sua presença sirva para mostrar a preocupação do Brasil pelos seus cidadãos e com o povo em geral.
O pastor Itamar agradeceu a sua presença, palavras de consolo e ânimo e disse que o mais importante foi a sua presença, atenção e carinho – o que demonstra a sua compaixão – e que ela vale mais que dinheiro ou coisas que ele poderia levar até a base da Missão, pois neste momento de tanta dor e devastação, saber que não foi esquecido pelo seu país é o bem mais precioso que a Missão poderia receber. Depois o pastor despediu-se e abençoou o vice-cônsul e sua família com prosperidade e paz, em Nome de Jesus.
No dia 03/04/2019 a ONU, juntamente com a INGC Moz solicitou aos brasileiros, enviados para ajudar as vítimas do IDAI que percorresse 200 Km de rodovia para a liberação da mesma , bem como entrega de alimentos e água para a população isolada naquele trecho. Após três dias de intenso trabalho, enfrentando muitas dificuldades, os brigadistas brasileiros percorreram um total de 504 Km liberando toda a rodovia no percurso, o que facilitou a entrega de água, alimentos e insumos para toda a população da região onde trabalharam, cumprindo assim a missão que lhes foi dada e ainda excedendo-a.
Ao governo brasileiro – representado pelo vice-cônsul, às igrejas, aos irmãos, aos soldados enviados e a todo o Brasil, o nosso MUITO OBRIGADO! Sabemos que toda a nação continua orando por Moçambique.